segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CAPÍTULO 3 - Os Amuletos de Athór




Hannced já conseguia ver Vesseu e Herutam dialogando com os outros magos na imensa pedra do lago, a qual quase submersa era ligada à encosta do bosque.
Poderia ouvir o silvo vindo dentre os galhos da árvore mais próxima.
- Que bom, ele já chegou. – disse Vesseu.
Hannced, chegando ao local onde se encontravam os magos reunidos, apeou do cavalo e se aproximou dizendo:
- Meu irmão Herutam. - O que acontece para estarmos reunidos aqui hoje?
- Primeiro de tudo Hannced... Tenho que lhe falar; - respondera ele em triste semblante. – Nosso pai esta morrendo. – continuara o mago colocando sua mão direita no ombro de Hannced.
- Mas... Como... – estacara por um tempo enquanto olhava para seu irmão mais velho. – Não pode ser! – diz ele refutando.
- Tenho certeza meu irmão. Ele não quer nos contar, mas posso ver nos olhos dele. – terminara Herutam baixando a cabeça.
- Muito bem meu filho. Não sabia que era tão notório... – disse Harunem ao surgir. Os magos se surpreendem ao ver o legendário mago de Athór, apoiando-se em seu cajado enquanto lentamente se aproximava. – Mas não é esse o motivo deste conselho. – Hannced novamente fica detido ao ver seu pai em tal situação.
- Pai...
- Agora não Hannced. Agora não. – diz o mago mofino, cortando as palavras de seu filho mais novo que perplexo permanecia.
- Como vai meu mestre? – dizia o sensato Vesseu colocando a mão no ombro de Hannced, lamentando e também cumprimentando Harunem.
- Vesseu! Senhor Vesseu. Esta um belo dia, você não acha meu ministro? – responde ele com outra pergunta enquanto faz uma reverencia.
- Não precisa se esforçar tanto meu mestre. – fala Vesseu ao mesmo enquanto o ajudava a ficar com o corpo ereto novamente.
- Pois faço questão ministro Vesseu. Além do mais, é você quem ficará em meu lugar.
Não longe dali, numa árvore mais próxima, uma serpente cujos olhos eram amarelados em pupilas rubras, observava os magos do galho onde estava. O que aquela serpente queria? Não parava de olhar para os magos enquanto mais em chamas ficavam seus olhos espectrais.
- Ortí; Guimans e Hannced... – diz Harunem olhando no rosto de cada qual. - Vêem Vesseu e Herutam, eles são ministros de Athór. – dissera o mago apontando para os mesmos como exemplos. - E para isso, eles fizeram testes como vocês. – continuara ele agora apontando para os outros três. - Finalmente vocês estão prontos para o ultimo teste.
- Ultimo teste? – balbuciara baixinho perguntando para si mesmo o obstinado Guimans.
- Chuuuu! Não comece com asneiras. – bradara Herutam.
- Vocês passaram por diversos ensinamentos durante bons anos, e também ensinaram outros aprendizes até os dias de hoje. – fala Harunem gesticulando com seu cajado, o qual com o passar do tempo, não estava mais imaculado e já bem surrado. – Agora terão de ir à procura dos outros dois amuletos de Athór. Daí então, vocês se tornarão ministros como Vesseu e Herutam.
- Então, a lenda sobre os amuletos é verdadeira! – exclamara Guimans, incrédulo querendo confirmar. O mais jovem mago sempre achara os amuletos um mito. Não parava de pensar coisas desconexas:
“Onde, ou com quem devem estar. – Será que sua magia é tão extraordinária com relação aos elementos da natureza. – Será que de vez em quando poderemos usar tal coisa descomunal.” – hesitava ele bem baixinho, para que o ranzinza do Herutam não chamasse sua atenção novamente.
- Em Lenoér, o reino de Lenólia, já foram deixados três amuletos da natureza, Vesseu e Herutam encontraram os últimos dois quando fizeram os testes para ministros, e o outro, fui eu quem encontrara no teste em que fiz há muitos anos atrás. – diz o mago Harunem. – Um desses amuletos já encontrados representa as águas de Athór. O outro representa o elemento vento. E também o que representa o bem e o mal das ilhas. Um dos outros dois amuletos da natureza que vocês terão de encontrar, está na famigerada ilha dos Dragões, conhecida como Dakron. E o outro está na pequena Ilha das Trevas.
- Dragões! – fala Guimans, começando a sentir uma pontinha de medo. – Mas eu nunca enfrentei um Dragão na vida.
Sem entender ficaram Ortí e Hannced, pois nunca tinham saído de Lenólia, ou sequer ouviram falar sobre uma ilha de Dragões ou trevas. Para eles, elas não eram tão famosas como Harunem falava.
- Não os enfrentarão, tampouco os machucará, o que nos interessa são os amuletos da natureza. Não quero morte e seiva sendo derramadas por animais que só querem defender seus filhotes de ignorantes como nós! – bradara Harunem.
- Mas... Diga-nos. Como os amuletos surgiram e para que eles servem? – pergunta Ortí, após ter dado mais uma golada no café, que, permanecia sempre quente em sua imensa caneca.
A serpente em espiral, enroscada e atenta estava num galho com olhos em chama e calda agitada. Olhando para Ortí em bocejo, a serpente se interessa pela pergunta do mesmo, enquanto se aproximava rastejando até a ponta do galho que projetava uma pequena sombra na imensa pedra do lago.
- Os amuletos surgem após a morte dos Dragões mais velhos de Dakron. – começa Harunem. – Os Dragões vivem milhões de anos, só que os mais velhos já estão morrendo. Os amuletos são muito poderosos, graças aos espíritos dos Dragões que habitam neles. Com a junção destes, podemos melhorar este mundo.
- Meu pai... – diz Hannced. - Acha que este mundo precisa de melhoras? – Hannced estendia as mãos e olhava para os lados, querendo mostrar a seu pai as maravilhas em sua volta.
- Com certeza meu filho. – responde Harunem erguendo suas longas sobrancelhas brancas. – És muito inteligente, e um dia descobrirá o por que.
- Mas como chegaremos à Dakron e na Ilha das Trevas, e, como vamos encontrar os amuletos? – hesitara Ortí.
- Um desses amuletos encontra-se ao norte de Dakron, no cume da montanha Nordan em final do ermo. – diz Harunem, em tom conciliatório para os futuros ministros. – E para chegarem lá, terão de atravessar a floresta Voram, que fica mais ao sul de Dakron. O amuleto que está nesta ilha, é o que representa o elemento terra. – Já o outro amuleto representa as florestas de Athór, e este se encontra na pequena Ilha das Trevas que fica do outro lado do rio do vale dos Guinous. Mais não pensem que será fácil, pois cada amuleto ao surgir, são guardados por atalaias conhecidos como Drorius, desses vocês não precisam ter dó, pois eles não terão de vocês. – continuava o legendário mago enquanto se apoiava com as duas mãos em seu cajado, evocando a primeira vez que saiu de Lenólia, para apanhar o amuleto que representa o bem e o mal das ilhas. Ortí, Guimans e Hannced anuíram com a cabeça. – Sairão daqui de nossa comarca em rumo ao reino Sonaire, no vale Sonar, que fica depois da floresta Lenor-Ruduer, vigiadas pelos espíritos dos antigos magos. Em Sonaire, vocês conhecerão o rei Heriano que lhes apresentará alguém para conduzi-los. Se tudo correr bem, voltarão nas vésperas de solstícios de verão após viajarem por searas. Vão passar pela pacata vila dos Guinous, eles são muito amigos, vão lhes aconselhar os caminhos. Foram os Guinous que me avisaram sobre os amuletos que surgiram, pois eles sabem de tudo que acontece em Athór. E eles confiam muito na gente para guardar os amuletos da natureza. Não se preocupem, após pegarem os amuletos, irão ver o quanto será benéfico. Peguem suas adegas e cantis para viagem, um pouco de alimento e o que mais acharem melhor para levar.
- Ainda bem que com Ortí como amigo, não vamos precisar nos preocupar com alimentos. – diz Guimans já entusiasmado com a viagem, e brincando com o amigo glutão.
- Que bom meus amigos. Que bom. – fala Harunem enquanto solta um sorriso de canto de boca. – E quanto a você meu filho. – continua o mesmo ao olhar para Hannced. – Quando voltar preciso que você venha conversar sobre algo muito importante comigo. – Hannced se vira após assentir. – Agora vão! O rei Heriano já esta a espera.
A serpente que estava próxima aos magos, já prosseguia indo embora.
Nirold ao chegar à pedra do lago, vê Vesseu, Harunem e Herutam. O pequeno após apear do tordilho, vai afoito até os magos dizendo:
- Ortí, Guimans e Hannced já estão chegando. – Vesseu e Harunem olharam um para o outro e sorriram enquanto Herutam meneava com a cabeça negativamente.

7 comentários:

  1. Obrigado a você leitor que segue e participa deste blog.
    Espero, de coração, que estejam gostando.

    Kimura.

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  2. Nirold... estou com dó dele, tadinho.
    Muito 10 Fê, cada vez melhor.
    bjokas!

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  3. pow mulekão, to sem net, por isso denorei para ver a atualização do blog.
    ta show de bola!
    uma história bem bolada.
    parabéns!

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  4. Nirold chegou na hora.
    na hora de arrumar a baguna da festa neh...coitado!!!...tenho fê nele!

    Ta cada vez melhor Loreto! parabéns

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  5. Que d+.
    Quem não gosta de uma fic épica envolvendo reis e toda a aventura que se tem direito.
    Maravilhoso como sempre...

    bjus!

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  6. Clara, Bernardo, Anderson e Bizzy.
    Agradeço muito por estarem acompanhando e me motivando cada vez mais.
    Bjus e abraços!

    Kimura.

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  7. Gostei muito do seu blog, prentendo ler todos os topícos postados, tô seguindo!!

    Abraços

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