terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Outro Selo, COMECEI O ANO MUITO BEM!




Mais um pra você, meu leitor fiel.


Me desculpem por estar em falta com vocês, tive alguns problemas, mas tô voltando.


OBRIGADOOO!!


VALEW REIZINHO!!
Para todos vcs.

sábado, 31 de julho de 2010

Mais Selinhos, show de premiações!!!

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Monih Folie, do blog; a garota psicose, e, Nath Ataíde do blog ultima folha, ofereceram selinhos aos blog's interessantes que as seguem, e, claro, fui correndo buscar os meus.




Farei o mesmo que minhas queridas Monih e Nath. Ofereço a todos os meus seguidores, pois todos têm blog's interessante e espero que todos gostem.


























Abraços!


Valeu Monih!!!


Valeu Nath!!!

domingo, 20 de junho de 2010

Prêmios!!!





A felicidade de receber um prêmio, independente do grau de sua importância, é sempre incentivador e maravilhoso.
Agradeço de todo o meu coração a Monih Folie, autora do blog http://agarotapsicose.blogspot.com/ a qual indicou o meu para as premiações.

MUITO OBRIGADO PELO CARINHO MONIH!!!

Bom, esse post é mais que especial, recebi da minha mais nova amiga de escrita, Monih Folie, um dos prêmios que eu já estava de olho há um tempão!!! O prêmio Dardos, e, ainda de quebra, o selo Sunshine Award!!
Acredito que, receber um prêmio já é maravilhoso, mas quando seu primeiro prêmio, na verdade, são dois... isso sim é sem palavras.
A felicidade não cabe dentro de mim, pois como ser humano, fico minúsculo diante desta sensação




Apresento-lhes o prêmio e o selo:






O primeiro é o Prêmio Dardos.


"O prêmio Dardos tem como objetivo promover a confraternização entre os bloggers. Uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agrega valor à Web. Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras”.






O segundo, tão cobiçado quanto o primeiro por mim, é o Sunshine Award, que também tem como objetivo promover a confraternização entre bloggers, unindo a blogosfera. Digo que esses selos e prêmios me são também como estímulo, pois não há nada melhor para um blogger ver seu trabalho sendo reconhecido. Isso faz com que eu não queira parar. Como já ouvi falarem uma vez; "Os prêmios nos fazem querer ir mais longe, e, é muito bom saber que pessoas visitam nossos blogs, gostam, voltam e ainda lembram do nosso trabalho na hora de premia-los. "


Pois bem, os prêmios tem suas regras, e aqui vão elas:


Prêmio Dardos:


1. Colocar a imagem do selo no blog;
2. Linkar o blog que nos indicou;
3. Indicar mais 10, 15 ou 30 blogs ao prêmio;
4. Comentar no blog dos indicados sobre essa postagem.

Indico o Dardos para:

http://alemdoquepalavras.blogspot.com/
http://cafofodobrito.blogspot.com/
http://momentoborba.blogspot.com/
http://revelandosentimentos.blogspot.com/
http://vanda-ferreira.blogspot.com/
http://espaçoleituras.blogspot.com/
http://sandersondutra.blogspot.com/
http://cortex-nuclear.blogspot.com/
http://desertodasflores.blogspot.com/
http://expressodofluxo.blogspot.com/


Prêmio Sunshine:


Linkar o blog que te premiou.
Falar das regrinhas.
E indicar os próximos ganhadores.
Indico a todos os outros blogs acima.
Espero que gostem!!!

VALEW MONIH!!!

http://agarotapsicose.blogspot.com/ by Monih Folie.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

CAPÍTULO 10 - A Chegada em Sonar.






Os pequenos magos negros retornaram de madrugada para Ejru.
Irromperam pelo salão principal empurrando a porta dupla. Caminharam até o mago negro supremo que observava o mundo através de uma janela onde longas e rubras cortinas dançavam ao vento.
Curvaram-se diante do mesmo.
- Nosso pai não nos odeie, suplicamos pelos Deuses de Athór – por favor, não nos odeie. – disseram em uníssono.
- Por que estão dizendo tal coisa? – perguntara calmamente, sem se virar.
- Eles eram muito fortes. – continuou Róri.
- Achávamos que poderíamos enfrentar-los, mas não podíamos... não nós três. Pareciam míseros humanos, mas de repente, se transformaram em terríveis animais gigantescos e monstruosos. – afirmara Danio. Os três olhavam para o chão.
- Quando humanos, usavam vestimenta verde-escura e ocultavam os rostos com capuzes. – concluiu Rayro.
Daknan então se virou.
- Podem se levantar.
Eles obedeceram.
- Animais gigantescos e monstruosos... – pensara em voz alta o mago negro. – Em que tipo de animais eles se transformaram?
Rayro respondeu:
- O primeiro foi um leão; em seguida uma terrível sucuri e depois um truculento gorila agregado a um feroz tigre albino; por ultimo uma águia que estripou vários soldados e Górmes que não pudermos trazer.
- Uhm... Eles agiram rápido, já estão nas cercanias de Sonar.
- Eles quem meu pai, o senhor os conhece? – indagou Danio num passo a frente.
- São magos das selvas e das florestas. - o mago supremo se virou novamente para a janela. – Malditos Guinous, com certeza foram eles que os chamaram, mas de nada adiantará. É claro que vieram para ajudar o rei Greorio, no reino de Tária. Mas estes já foram dominados há muito tempo.
Os meninos esboçaram um sorriso.


No outro dia pela manhã, Guimans ainda dormia sentado e encostado numa pedra. Um gigantesco crocodilo sai morosamente do lago, indo na direção de Guimans. O crocodilo ao se aproximar, abre sua grande boca podendo mostrar seus enormes e afiadíssimos dentes. Guimans virou sua cabeça para o lado onde estava o animal. Ao escutar um barulho que para ele era desconhecido, o mago resolve abrir os olhos lentamente. Foi quando se deparara com uma imensa boca aberta querendo lhe atacar. O jovem de cabelos arrepiados arregala os olhos perplexamente enquanto permanecia-se estupefato. Um urro saiu pela garganta do mago, ecoando pela floresta. Levantara-se rapidamente para poder fugir enquanto os outros despertavam de seus sonos. Guimans continuava muito assustado, escorregara na tentativa de escapar.
Herutam chega bem na hora de ajudar: - Suruer! – disse ele fazendo com que uma luz branca muito forte espantasse o crocodilo. O animal se jogara imediatamente dentro lago. Guimans estava agarrado a uma das pernas de Herutam enquanto agradecia.
- Me largue seu tolo! – disse Herutam ao estrilar, enquanto chacoalhava a perna.
- Mensageiro das Almas disse para tomarmos cuidados com os crocodilos. – diz Ortí. – Acho que não parecem muito amigáveis.
- Você acha é... – Guimans achara o comentário de Ortí meio idiota. - Mas ele não disse que os crocodilos atacavam em plena aurora. – bradava o mago de cabelos arrepiados.
- Talvez esteja à procura de um café da manhã. – palpitara Hannced.
- Ah, e eu me pareço com uma bela fatia de toucinho agora. – dissera com sarcasmo.
- Uhm... Ai que fome. – se empolgou Ortí quando ouviu falar em comida.
- Muito bem! Vamos logo! – bradara agora o orgulhoso Herutam querendo apressar os outros magos.
- Mas e o desjejum? – disse Ortí.
- Esqueça um pouco a comida! Temos coisas mais importantes á fazer. – Herutam ficava cada vez mais sem paciência.
- Bom... Está na hora de invocar a água sagrada de Lenólia, pois com essas caras velhas e cabelos brancos não podemos entrar. – disse Vesseu.
- Por que não? – questionou Guimans.
- Porque para velhos, Herutam e eu estamos bem saldáveis... e vocês para jovens, até que estão com os cabelos bem grisalhos não acha? – enfatizou Vesseu, também questionando.
Herutam vai até o lago de onde surgira o crocodilo, e com a ajuda de uma cuia pegara um pouco de água. Pediu a Vesseu que lhe desse o amuleto que representa as águas de toda Athór. Vesseu retirou o amuleto que estava no pequeno saco onde era amarrado na ponta, e deu-lhe a Herutam. O mago pegara o amuleto em formato sextavado, - e com um belíssimo Dragão saindo do mar em alto relevo -, mergulhou-o na cuia começando seu rito sagrado:


“Pelo amuleto representando um dos
elementos deste arquipélago,
eu ti invoco grande Dragão,
e peço que com seu poder nos transforme
em jovens por meio desta água
que aqui te mergulho”


De dentro da cuia surge uma grande luz azul que se eleva aos céus e se divide em cinco partes; e como se fosse um espírito, entra em cada mago. Na mesma hora os magos não parecem os mesmos, pois Vesseu e Herutam ficam mais jovens e sem seus cabelos brancos, parecendo homens trabalhadores do campo. Já Hannced, Ortí e Guimans tiveram mudanças apenas em seus cabelos.
Os magos montaram em seus tordilhos, e rumaram para Sonaire enquanto adentravam nos campos de Sonar. Cavalgaram durante um bom tempo até chegarem ao Reino Sonaire.


Hannced estava pensativo durante todo o caminho. Sua mente parecia distante, e, ele também estava um pouco distante dos amigos que passeavam logo à frente.
Herutam diminui o passo do animal para esperar o irmão.
Hannced percebeu e esboçou um sorriso sem graça, não conseguindo ao menos disfarçar para o irmão mais velho o quanto estava com a cabeça atordoada de lembranças ruins.
- Não se preocupe meu irmão, vamos encontrar quem está causando este ódio e toda esta dor em nossos corações. – falou Herutam com olhos presos no horizonte de gramíneas à sua frente.
- Levaram o cajado da luz Herutam. – placidamente as palavras saíram da boca de Hannced. Ele observava os céus, e também os pássaros que se toldavam sobre recheadas nuvens. – O intuito não era somente tirar a vida de nosso pai, mas ter em mãos um objeto que talvez possa ser considerado o mais precioso e poderoso de toda Athór.
- Entendo perfeitamente Hannced. – falara agora olhando para o irmão, que, deixou de apreciar o céu e retribuiu o olhar.
- Como um mago tão poderoso quanto ele perdera a vida assim? – suspirou Hannced ao indagar. Seu rosto de aparência muito triste se voltava para o azul que cobria o mundo.
- Lute contra esta dor meu irmão, você é mais forte do que ela. Fale comigo sempre que precisar. Não se exclua. Não se afaste de nos, seus amigos. Não sofra só. Se ficar só, será corrompido por esse ódio facilmente. Mas se ficar conosco, não deixaremos que seja arrebatado por esta dor.
Hannced fechara os olhos ainda com a cabeça erguida. – Obrigado meu irmão – disse, e anuiu positivamente.
Herutam balançou a cabeça uma vez em resposta.
- Vamos nos apressar agora, vai ser melhor.
- Sim. – assentiu Hannced.
Herutam batera com os calcanhares na anca do cavalo que disparou. Hannced fizera o mesmo. Ambos passaram pelos amigos que foram convidados para cavalgar.


Os magos finalmente chegam ao Reino, e, ao se aproximarem do grande portão de Sonaire, onde havia os guardas da 1º cavalaria de Sonar, os magos param, e Vesseu diz ao Capitão:
- Somos os homens do campo, convidados pelo Rei Heriano.
- Certo. Vocês poderiam me dizer o nome da comarca que vocês vivem? – interrogou o Capitão.
- Isso é um assunto que somente o Rei Heriano deve saber! – disse Herutam cortando a curiosidade do Capitão.
Vesseu ergue um braço pedindo calma a Herutam.
- Somos do sul da Estrela Mãe. – concluiu o mais sábio entre os magos. – Sou Vesseu Vento do Norte e esses são; Herutam das Águas, Ortí Galhos de Carvalho, Hannced Asas de Dragão e Guimans Terras Ermas. – concluiu apontando para cada qual.
Ainda meio sem graça com as poucas e duras palavras de Herutam, o capitão conferiu os nomes no pergaminho que segurava e respondeu:
- Muito bem, podem entrar e sejam bem vindos ao Reino Sonaire.
Os imensos portões do Reino se abrem parecendo montanhas se movendo, mostrando uma linda luz reluzente do sol batendo em meio ao castelo que se encontrava numa parte mais elevada, sobre gramados do outro lado da imensa praça. Talvez um quilômetro à frente.
A luz do sol acertava em cheio os olhos dos magos que por alguns segundos ficam cegos. Quando começam a enxergar novamente, - enquanto atravessavam o corredor feito pelos cavaleiros de Sonar, - vêem uma multidão de pessoas passeando na praça e em meio aos comércios.
Os magos convergiram para o castelo, até que percebem alguns humanos que paravam enquanto faziam comentários ao murmurar, do tipo: “quem são eles?”, “de onde eles vêm?”, “devem ser de outro Reino por ai”, “eu acho que vieram para a festa”, “são amigos do Rei?”, etc e etc.
Os magos andam como se fossem estatuas em seus cavalos, ignorando qualquer comentário feito pelos humanos, menos Guimans que estranhou o cochicho disse:
- Por que eles falam tanto de nós?
- Por que são ignorantes por natureza! – Herutam olhara com a cara fechada para um grupo de pessoas fazendo mais comentários.
- Herutam... Não é bem assim. – comentou Vesseu olhando para outro grupo de pessoas ao lado, depois para Guimans. – Os humanos não sabem de nossa verdadeira identidade e pensam que somos de outro Reino...
- É só fazer uma cara desagradável para eles, que eles param... Hehehehehe. – diz Ortí cortando a explicação que Vesseu dera à Guimans.

Após alguns minutos de passeio pela cidade.

- Enfim chegamos. Estou cansado de ouvir pessoas falando de outras que nem conhecem. – continuava Herutam com o mesmo assunto. Parecia não suportar os seres humanos.
Pararam com seus tordilhos em frente às escadarias que davam à porta principal do castelo. Os magos apearam de seus cavalos deixando-os em descanso bebendo das águas dos tonéis, pois sabiam que dali eles não sairiam. Identificaram-se com mais guardas e entraram.
Ao adentrarem no castelo, vêem as imensas pilastras alinhadas e o imenso tapete feito de ninhos de Dragões estendido ao chão verniz; um presente dado pelos magos a Rainha Clér, mãe do Rei Heriano, que agora toma conta do trono desta. Os magos dirigiam-se pelo tapete em meio às pilastras até o trono onde se encontrava o Rei.
O Rei pedira para os guardas mais próximos se afastarem.
- Salve o Rei Heriano? – reverenciou Vesseu ao se aproximar. – Há quanto tempo não nos vemos vossa majestade.
- Pare com toda essa nobreza Vesseu. – dissera o Rei Heriano ao se levantar e descer os degraus do púlpito. – Sabem que são grandes amigos. – disse indo de encontro à Vesseu, para poder dar-lhe um abraço. Vesseu se levanta após sua mesura, e fora dar um abraço no Rei em alegre semblante. – E como foi a viajem? E Lenólia... Como está? – continuava ele agora cumprimentando os ali presentes.
- Lenólia vai muito bem. Estamos ensinando a grande magia da luz para todos os futuros magos. – dissera Guimans muito empolgado enquanto cumprimentava o Rei.
– E a viajem, foi muito cansativa, pois viemos o mais rápido possível. Estamos muito cansados. – concluiu Hannced.
- É... Eu imagino o quanto vocês devem estar cansados. Por isso mandei organizar os melhores quartos pra vocês, para poderem descansar até a noite, pois temos assuntos sérios para tratarmos. – disse o Rei num tom não muito bom. – Mais tarde conversaremos melhor. Acompanhem-me por aqui, por favor. – disse ele indicando a passagem.
- Estamos com fome também! – gritou Ortí atrás de todos os outros.
Sem terem ensaiado, os outros magos dizem: - “Fecha a boca Ortí”!... – o Rei soltara um sorriso.
Ao chegarem ao corredor onde ficam os quartos, o Rei Heriano continuou a falar:
- Não sabia que os senhores Vesseu e Herutam também viriam.
- Pois é; - Temos algo muito importante a lhe comunicar. – disse Herutam.
- Mas, conversaremos melhor mais tarde. – disse Vesseu ao colocar a mão no ombro de Herutam.
- Pois bem, pensei no cansaço de vocês, e, não se preocupem, pois é claro que pensei nos estômagos de vocês também, e mandei preparar um banquete. Logo serão servidos em seus aposentos.
- Muito obrigado vossa majestade. Somos magos, mas não somos de ferro!... Hehehe. – disse Ortí ao murmurar enquanto novamente o Rei soltava um tênue e curto sorriso e colocava a mão no ombro do mago glutão.
- Bom, tenho que tratar dos preparativos da festa. Por favor, fiquem a vontade pelo Reino. E é realmente um prazer reve-los e ter conhecido os demais. – o Rei Heriano olhara para todos e virara de costas para prosseguir pelo corredor.
Vesseu o pede para esperar:
- Estamos muito gratos pela cortesia vossa majestade. – disse o sensato mago.
- Por favor, chame-me apenas de Heriano... Caro amigo. – disse o Rei. – E não precisa me agradecer, só estou fazendo tudo que um Rei deve fazer quando chegam visitas importantes em casa. – dizia ele ao baixar a cabeça e ficar pensativo. – Só estou fazendo, o que minha mãe sempre fazia quando recebia a visita de vocês. E não só ela, mas eu também gosto muito da presença de vocês.
- Mesmo assim, estou também dizendo o que sempre dizia a sua mãe... Muito obrigado. – E sabe como ela me respondia?
O Rei levanta a cabeça, muito curioso:
- Como? – disse o Rei
- Do mesmo jeito que você me responde, meu grande amigo, e, não fique preocupado em ser igual a ela, pois você é.
O Rei fica emocionado com as palavras de Vesseu. (depois de Harunem, Vesseu era o mago mais antigo entre os outros e o que mais visitou o Reino, por isso conhecia muito bem a personalidade da Rainha Clér). Eles se abraçam e o Rei vai cuidar dos preparativos.

domingo, 25 de abril de 2010

CAPÍTULO 9 - Ataque Surpresa





O homem de negro estava sentado no trono ao lado do que era de sua mãe. As portas que davam passagem à sacada permaneciam abertas. O vento frio invadia junto à nevasca não incomodando nem um pouco o homem ali sentado.
Aina transformada em coruja adentrara no salão pela sacada indo pousar numa estatua de uma gárgula ao lado do homem de negro.
- Já mandei reunirem as tropas de Tróres. – disse o homem.
- Muito bem... Continua tudo correndo muito bem. – disse a coruja enquanto se transforma em Aina novamente. – Agora, temos somente que aguardar, e ver meu plano ser um sucesso.
- Falei com Rayro. Pedi a ele que quando voltassem para o Bosque Sombrio, em Sonar, que leve as tropas de Tróres junto, para ajudar os truculentos Bubers que vivem após os aclives descendo as montanhas Crisnã.
- Eu sei onde eles vivem. – ignorou a feiticeira.
- Sim senhora, claro que sabe. – escusou o mago ao se levantar.
Os Bubers não tinham o corpo magricela, tampouco eram banguelas como os Tróres... mas até que tinham também as caras tortas. Só que o mais impressionante e pavoroso, é que eles são muito fortes e medem quase quatro metros de altura, colocando medo em todos que cruzavam seu caminho.
– E seu plano, como foi?
- Excelente! E a magia só irá funcionar, quando ela encontrar um dos magos de Lenólia.
- Ela quem?
- A jovem moça que encontrei correndo pelos campos de Sonar... – disse Aina sorrindo. -... Estava tão empolgada, pois graças a mim, - que fiz o guarda do reino cair num de meus feitiços, - ele convocou-a para trabalhar para o rei, numa festa que o rei dará para os magos de Lenólia. É um disfarce do rei Heriano para ninguém em toda Sonar descobrir algo sobre os magos que existem. E por falar em jovem moça... mandou as outras de volta?
- Sim, já estão a caminho. E também pedi para que trouxessem outras. – enfatizara o homem encapuzado. - Mas, esta jovem que acabara de mencionar, em que lhe servirá?
- Não se preocupe... Você vai ver... Você vai ver... – disse Aina caminhando em direção a uma coluna de um metro de altura sob um grande recipiente cheio d’água. A feiticeira toca na água fazendo um movimento em circulo, podendo assistir a cena em que Áthany naquele momento jantava com sua família. Daknan se aproxima, e assiste com sua mãe cuja mesma sorria diabolicamente.



Os pequenos magos negros sobrevoavam os navios de Tróres. Às vezes as nuvens ocultavam a visão lá de baixo.
Rayro olhara para Danio e Róri. Eles assentiram. Como se um tivesse lido a mente do outro.
Os três decidiram descer. Furando as nuvens como flechas em decadência. A minguante brilhava enquanto os três passavam na frente.
Num rasante, o dragão negro de Rayro se aproximara da corveta que liderava as tropas de Tróres. Quando percebe o quanto está próximo do pequeno navio, o jovem mago negro fica de pé em seu dragão e corre sobre a asa imóvel do animal. Num salto giratório entre os ventos, o pequeno pousa com caução no convés.
Róri e Danio fizeram o mesmo pelo outro lado.
Os dragões continuaram o vôo.
O capitão dos Tróres se aproxima do primeiro mago aprendiz que aterrissara. Vestia longas roupas negras também. Verdadeiros trapos praticamente desfiados.
Garras surgem entre as grades do convés.
Danio e Róri se assustam com o Górme que tenta evadir daquele improvisado calabouço. Rayro era mais astuto, não se intimidara tampouco se alarmara. Rayro se aproxima das grades no convés e afrontara os Górmes com furor. Levantara uma das mãos onde da mesma saíram serpentes da manga.
- Relaxem eles um pouquinho. – sussurrou para as serpentes em meio aos dedos e depois as lançou para os truculentos cães que urraram.
- Desculpe senhor. Estamos tentando adestrá-los ainda. – disse o capitão com sua voz rouca e sibilante.
Rayro não dissera nada.
Alguns dos Tróres tentavam dominar um dos cães com laçadas de cordas enquanto outro tentava montar, como se fosse um vaqueiro.
- Mas já deveriam ter-los dominados. – falara Róri. E ficara observando o “Tróre vaqueiro”.
O Górme com sua ferocidade consegue libertar uma das patas e num impulso feito com as costas ele arremessa o Tróre pra fora da corveta. Outros da soldadesca lançam cordas ao mar para salvar o companheiro.
- Até amanha estarão prontos. – respondera o capitão.
Rayro se dirigiu até o Górme laçado. Os Tróres se esforçavam para manter o animal sob controle. O pequeno mago negro tira uma flauta do bolso interno de suas longas vestes. Deixou-a na horizontal e começara a soprá-la. Uma melodia agradável percorrera aurícula adentro do Górme, tranqüilizando a enorme fera presa no fascínio da introdução musical. O cão amansara, fazendo com que os Tróres relaxassem e deixassem as cordas afrouxarem.
O Tróre que fora lançado ao mar, agora retornava à corveta após seu resgate. Gotas salgadas umedeciam o convés. O Tróre arfava e tossia arqueado com as mãos nos joelhos.
O Górme pousou a cabeça nas patas, sucumbindo no transe.
O Tróre desembainhou a espada ensopada e fora atacar a fera que adormecera.
Rayro não permitiu o ataque. Com sua flauta ele lançou uma esfera de fumaça negra que atingira o Tróre no peito e lançando-o de volta ao mar, só que desta vez, a quilômetros de distancia.
O restante apenas observava.
O pequeno guardara a flauta que usara como varinha de bruxo. Aproximou-se do horroroso capitão que se agachou descansando um joelho no convés. Ficou com medo que o mago aprendiz fizesse algum mal a ele. Direcionara seus olhos amarelados para convés.
- Metade dos soldados vão nos acompanhar até o bosque sombrio, navegará depressa nos seguindo até o bosque onde capturaremos mais Górmes e colocaremos todos para se juntarem aos Bubers. – iniciou Rayro. - A outra metade irá para a praia, próximo aos campos. Esta metade chegará devagar e atacará os campos ao crepúsculo de amanha, seqüestrando o máximo de meninas e mulheres. - Essas são ordens do mago supremo. - o capitão balançou a cabeça positivamente. – Avise aos lideres dos outros navios. Decida logo quem vai conosco, tenho pressa.
- Sim, senhor. – concordou o capitão.
- Pode se levantar.
- Obrigado, senhor.
O Tróre ficara de pé. Estava frente a frente com o pequeno mago negro que o observava de baixo.
Rayro, em semblante fechado, encarava o capitão esguio. Pegara a flauta novamente deixando o Tróre amedrontado e com um olhar turvo.
Começara a tocar e a dançar em rodopio.
Os dragões negros dos pequenos magos obedeceram ao chamado da melodia. O de Rayro parara no ar, sobrevoando o navio. Com a cauda ele puxa a tranqueta e inclina à gaiola fazendo as jovens deslizarem e caírem.
Danio e Róri apanharam-nas em seus braços.
- Levem-nas de volta. – ordenou Rayro.
- Sim senhor. – meneou o capitão.
Danio e Róri correram e pularam sobre as asas para montarem nos dragões novamente.
- É melhor não fracassar, se não quiser que cada ilha tenha uma parte de seu corpo enterrado. - E essas... são minhas ordens. – foram as ultimas palavras de Rayro ao capitão dos Tróres antes de correr e saltar para o seu dragão negro.
Os pequenos magos aprendizes convergiram para o Bosque Sombrio em Sonar, contornando a ilha. Atrás deles vinham mais sete dragões negros. E embaixo deles, - pelo mar -, vinham os Tróres, em nove navios cheios desses monstros magricelas protegidos com pouca armadura. Alguns estavam com seus sorrisos banguelas estampados em suas caras horríveis, cada qual com suas caras piores do que as outras.
Quatro navios remavam indo de encontro aos Bubers atrás das montanhas Crisnã. Os outros cinco se dirigiam vagarosamente com um ataque reforçado junto aos Górmes, tendo como objetivo o rapto das moças dos campos.



O sol já estava indo dormir atrás dos montes. Logo o crepúsculo mostraria o fio alaranjado no horizonte.
Rayro, Danio e Róri chegaram ao Bosque Sombrio. Pousaram as jaulas e ao lado destas com os dragões.
Os Tróres já estavam reunidos em terra firme.
Das grutas reluzentes pelos diamantes saíram os cães Górmes. As feras não gostavam de ser perturbadas.
Os Tróres desembainharam as espadas. Górmes e Tróres urravam uns para os outros. As feras reconheceram os invasores, pois eram os mesmos que levaram muitos de seus parentes.
Rayro retirou a flauta do bolso de sua vestimenta. Começara a soprar a mesma melodia que encantara os Górmes no navio. As feras ali presentes foram dominadas por esta melodia. Os cães cessaram o brado e achegaram-se aos Tróres que se agruparam em forma defensiva.
- Apenas os guiem para as jaulas. – gritou Rayro.
Um dos Tróres teve medo do Górme que se aproximava. O mesmo bufava pelas narinas. A comitiva percebera que as feras estavam realmente mansas. Um dos que parecia ser o capitão, acariciou a pelagem cinzenta do animal e conduziu-o a jaula.
Os magos negros tinham tênues sorrisos de satisfação.
Os pequenos ficam surpresos com alguém vindo na direção deles pelo leste do platô verdejante. Era um homem encapuzado de verde-escuro, quase musgo. Tinha saído da floresta Ransor-vel e se aproximava em velocidade descomunal, como um cugar. O capuz ocultava metade de sua face, expondo apenas uma barba ruiva, curta e escovada. Suas vestes tremulavam ao vento. Logo atrás deste, surgiram mais quatro com os mesmos trajes. Corriam em velocidade absurda também.
Um da soldadesca magricela decidira montar em um dos Górmes que caminhava para a jaula. – Vamos ver até onde eles são arrojados. – disse ele. O Tróre retira a espada da bainha e a aponta para o céu violeta. Urra em sinal de bravura e salta junto ao cão sobre uma pedra de meio metro de altura e dispara num ataque ao velocista de roupas verde-escura. Outros quatro Tróre agiram iguais e partiram urrando para o ataque.
O homem continuava sua maratona de encontro ao Tróre montado no Górme. Os outros acompanhavam a certa distancia.
- Voltem! – vociferou Rayro. Mas os tolos Tróres não deram ouvidos.
O Tróre que tomava à frente balbuciava:
- Esses humanos. Vou ensiná-los a não agirem mais com todo esse ímpeto.
O Górme deixava o solo marcado por suas pesadas patas. Estava ávido a chegar perto do louco que avançava sem perder o ritmo. O Tróre estava convicto de que o esmagaria, mas fora surpreendido com o homem de barba ruiva, que, ao saltar no mesmo instante que o Górme e antes de colidir com o mesmo, se transforma num leão tão feroz e de porte tão grande quanto o Górme. Quando se chocaram, o Tróre é jogado longe com o impacto.
O cão Górme e o homem que se transformara em leão, começaram seu combate truculento. Os quatro Tróres montados nos cães ficaram incrédulos.
- Recuar, recuar! – puxavam a pelagem dos cães, como se fossem rédeas, mas as feras não obedeciam.
A segunda pessoa de vestes verde investia na corrida, mas o Tróre e o Górme mais próximos ainda estavam meio longe. Parecia que o Tróre já imaginava a cena em que era devorado pelo homem - leão. Só que também ficara surpreso com o que vira. Ainda longe, o Tróre observou o homem à sua frente saltar alto e mergulhar de cabeça na terra que espalhara um pouco de grama para os lados. O homem sumira como um coelho na toca, causando tremores no chão lembrando um terremoto de poucos graus na escala Richter. Aquele que mergulhara no solo, agora surgia atrás do Górme e Tróre. Não tinha mais a aparência humana. Agora era uma sucuri que saia da terra.
O medroso Górme era minúsculo perto do monstro rastejante.
A sucuri serpenteava ligeiramente pela grama até o soldado e o cão que evadiam. Envolveu-os numa espiral que os estrangulara, fazendo com que o Tróre e o Górme virassem um só. A anaconda arrancara as cabeças com a boca e as cuspira nos Tróres montados à Górmes que avançavam.
- Pelos deuses, mas o que é isto? – dissera Danio assistindo de longe.
- Voltem seus tolos, voltem! – Rayro não estava crendo no que via. Por isso estrilava enlouquecido.
Mais três pessoas de roupas verde-escuro se aproximavam. Uma delas se transformara num gorila que mais parecia uma parede de tão bárbaro que era. O mesmo agarrara um dos Tróres que fora derrubado por uma cabeça voadora, e, usara o mesmo como porrete para desferir golpes no Górme. O outro Tróre que fora atingido por outra cabeça fugia em desespero de alcançar o único dos soldados montado no cão que ainda não fora ferido. Tinha deixado seu Górme para trás, o qual estava sendo esquartejado pelas garras de um imenso tigre branco agora.
Faltava apenas um, dos cinco que saíram da floresta Ransor-vel e que surtiram bem sobre o ataque surpresa que investiram contra os pequenos magos negros e seus séqüitos de Tróres e Górmes. Este quinto homem que surgiu pela floresta dera um salto como o segundo que se transformara numa sucuri. Mas este não mergulhara em terra e grama. O homem não parava de subir. Parecia voar em busca das nuvens.
O soldado que fugia com o Górme volta para ajudar o Tróre que arfava a pé pedindo por socorro. Quando o soldado monta atrás do outro se sentindo mais seguro, eles percebem que uma sombra os cobrira. Parecendo que a noite tivesse subitamente dominado o fim da tarde. Mas na verdade não era, e perceberam isso quando ouviram o canto de uma águia ficando cada vez mais perto e alto. Ao olharem para o céu e se depararem com uma ave de tamanho assustador, - muito maior do que qualquer ave normal -, seus rostos já demonstravam o quanto se dariam mal no final de tudo aquilo.
A águia os esmagara e arrastava suas garras sobre os cadáveres ensangüentados.
Os pequenos magos negros viram o leão, sucuri, gorila e tigre branco passarem pela águia que pisoteava os Tróres e o Górme. Chegavam ferozes atacando os cães e a comitiva.
- Recuar, recuar! – insistia Rayro enquanto montava em seu dragão.
Rayro, Danio e Róri deixaram as gaiolas e começaram a fugir com seus dragões negros. Sabiam que aquele pequeno exército não daria conta dos atacantes.
A soldadesca estava sendo aniquilada, logo não sobraria mais ninguém.
– Vamos voltar para Ejru. – fala Rayro em semblante fechado. Os outros aprendizes anuíam positivamente com a cabeça.
A noite chegava.
Os Tróres urravam para os magos que sumiam no ébano do céu, não deixando ao menos um dragão negro como reforço.

domingo, 21 de março de 2010

CAPÍTULO 8 - Triste Noticia.






Vesseu e Herutam passaram pelos primeiros jequitibás ao adentrarem na floresta. Cavalgavam rápido saltando por pedras arenosas e passando por aclives barrentos. Desviavam-se dos arbúsculos e de enormes raízes ariscas.
- Temos que ir mais depressa! – disse Herutam.
- Sim. Mas vai ser difícil... Com todos esses obstáculos. – fala Vesseu após saltar por cima de uma das raízes no caminho.
- Uooou!... – disseram eles puxando as rédeas para si mesmos, fazendo com que os tordilhos parassem ao se depararem com Mensageiro das Almas.
- O que pensam que estão fazendo!? – estrilara espírito.
- Não queríamos perturbar ninguém. – enfatizara o plácido Vesseu em escusar.
- Não queriam! Mas perturbaram! – o fantasma em decadência pousara em solo arenoso.
- Viu se três magos... Desconhecidos aos seus olhos passaram por aqui? - perguntara Herutam ao indagar.
- Além de todo esse alvoroço... Ainda querem respostas. – Mensageiro das Almas ainda continuava com uma cara não muito boa. – Sim. Eu os vi. – Também chegaram à baderna igual a vocês. – Mas para que toda essa pressa? Sabem que os espíritos não gostam nem um pouco.
- Perdoe-nos Kerkisternio. – desculpou-se Herutam enquanto pronunciava o verdadeiro nome de Mensageiro das Almas.
- Tudo bem. Falarei para os outros espíritos que eram apenas alguns animais. – disse o espírito querendo se esquecer do ocorrido e pensando numa desculpa para dar aos outros espíritos da floresta. Vesseu e Herutam agradeceram por isso. - Mas na verdade, o que querem senhores Vesseu e Herutam?
- Precisamos encontrar os outros que estão à procura dos amuletos de Athór. – disse Vesseu.
- Ouvi falar sobre tais amuletos... E porque precisam encontrá-los? – Os testes são para serem feitos sozinhos.
- Meu pai acaba de morrer. – disse Herutam em triste semblante.
- O Ministro Harunem está morto!? – espantara-se Kerk.
– Precisamos encontrá-los e dizer que eles correm perigos, pois a outros interessados nos amuletos. – dizia Vesseu.
- Mas como ele morreu?
- Não sabemos. – continuava Herutam. – Só sabemos que ele teve uma visita desconhecida. Com certeza ele não morrera de velhice.
- Chegara a falecer antes que quisesse nos dizer mais alguma coisa. – continuara Vesseu
- Eu ainda não soube da morte dele porque seu espírito só habitará na floresta após sete dias em tumulo fechado. – explicou Mensageiro das Almas.
- Não podemos perder mais tempo. - disse Herutam.
- Eu sei o caminho que eles pegaram. - disse o espírito. – A essa altura devem estar próximos ao pequeno lago dos cisnes azuis. – Conheço diversos atalhos para chegarmos mais rápido. – continuara ele, pois o alambre espírito conhecia cada canto da floresta em que morava.
Mensageiro das Almas começara a assoviar. Um belo espírito de um cavalo de cerda branca surge em decadência dentre as árvores da floresta flutuando em cavalgadas. O tordilho em transparência parara ao lado de Mensageiro das Almas que montou. – Vamos logo, no caminho vocês me contam o resto. – disse ele após bater com os calcanhares na barriga do animal que disparara. Vesseu e Herutam o seguiram.



Guimans ainda estava tristonho. Ortí e Hannced já tinham tentado de tudo, até que o mago glutão teve a idéia de entoar:


De olho nos belos animais
Floresta adentra aclive abaixo.
Passando em frente a um lago...
E não a um riacho.

Folhas caindo
Cisnes nos ares.
Totims sorrindo...
Nos altos das árvores.

Que linda paisagem
Nunca foi visto algo igual.
Muitas flores e verdes em montes...
Neste lugar descomunal.

Mas que lindo este lugar
Muito bom para viver
Ótimo para se morar
Num crepúsculo ao arrefecer
Cavalgando até Sonar
Até o sol nascer...
Continuando a cantar
Até amanhecer.


Ortí estava muito alegre enquanto cantava. O mago glutão se assusta enquanto seguia com seu tordilho por debaixo de alguns galhos, até que um Totim, de cabeça para baixo pendurado num dos galhos ali perto, pegara o chapéu pontudo do mago fazendo-o derrubar a caneca na carroça graças ao susto que levara.
Guimans solta um sorriso de canto de boca, aos poucos o sorriso ia se alargando até que o mago de cabelos arrepiados começara a dar altas gargalhadas com a situação em que o mago Ortí ficara, e começara a cantar junto:

De olho nos belos animais
Floresta adentra aclive abaixo.
Passando em frente a um lago...
E não a um riacho. Hahahaha...

Ortí começara a ficar irritado. Não tinha gostado nem um pouco daquele Totim ter pegado seu chapéu. O mago ficara de pé na carroça e esticava os braços querendo pegar o animal para dar-lhe uma lição e poder recuperar seu chapéu. Mas infelizmente -, para a alegria de Guimans – o mago cai sentado na carroça.
Guimans não parava com suas altas gargalhadas.
O Totim saltava de galho em galho subindo cada vez mais.
- Acha isso engraçado? – perguntara Ortí para Guimans, pois o mesmo não parava de rir.
Hannced fingiu estar com pigarro, e forçou um barulho saindo da garganta para chamar a atenção de Ortí. O mago olha para Hannced que anuía com a cabeça após uma piscadela. Ortí entendeu o que Hannced queria lhe dizer, e parara de implicar com Guimans que a pouco estava triste, e agora se alegrava. Ortí continuou a cantar:

Totim maldito muito abusado
Acha-se muito esperto brincando
Pegar-te-ei macaco dos galhos...
Seu chato e folgado
Recuperarei meu chapéu
Depois te lançarei num tonel!

Ortí via a alegria estampada no semblante de Guimans que soltava uma gargalhada atrás de outra sem cessar. Depois tampou a boca com uma das mãos. Não queria ser advertido novamente por Mensageiro das Almas.
O Totim lançara de volta o chapéu de Ortí para o próprio. O chapéu vinha na direção do mago sem que o mesmo o visse. O chapéu vindo dos ares chega à cabeça do mago glutão, e, rodopiara até parar e cobrir um pouco os olhos do mago.
Guimans ria cada vez mais. – Mas que pontaria hein? – dissera ele.
Ortí não estava mais ligando para as risadas de Guimans. Estava muito contente ao ver o sorriso estampado no rosto do mago de cabelo moicano.
Alguns minutos se passaram junto com a trilha. O mais jovem dos magos fazia exposição de seus dentes num sorriso em que ainda fazia lembrar-se da cena feita agora pouco.
Guimans ouviu um barulho. Parara de sorrir e ficara atento... Fazia um sinal para os outros, pedindo para que fizessem silencio. A mão deslizava pela bainha podendo chegar até o cabo da espada. Girava o corpo lentamente querendo observar ao redor. Quando chegara a estar em 180°, tomou um grande susto ao se deparar com um cavalo empinando e relinchando. Guimans com o susto, caiu sentado no chão com o braço erguendo a espada em direção ao cavalo negro em sua frente; - Abaixe a espada insolente! – disse Herutam ao desarmar Guimans com seu cajado fazendo a espada do mesmo ir parar longe e fincar na grama.
- Perdoe-me senhor Herutam... Eu não queria...
- Não queria, mas quase o fez! – diz o empertigado mago ao cortar as palavras de Guimans.
- Vesseu, Herutam e Mensageiro das almas. O que estão fazendo aqui? – murmurou Ortí com si mesmo.
- Meu irmão... Mas o que faz aqui? – disse Hannced não entendendo.
- Hannced... Temos que conversar. – disse Herutam apeando de seu cavalo.
- Vamos parar para descansar, pois estou com muita sede e fome. – disse Vesseu ao se aproximar.
- Oba, oba! Agora falou minha língua. – disse Ortí empolgado.
- Vamos amigos, vamos deixá-los a sós. – disse Vesseu levando os outros para um canto, onde numa pedra foram se sentar.
- Mas o que está acontecendo senhor Vesseu? – pergunta Guimans.
– O Ministro Harunem... Morreu. – balbuciara ele, meio sentido enquanto continuava a lamuriar. Ortí e Guimans estacaram.
Após um tempo detido, Guimans olhou para Hannced que estava distante junto à Herutam. Via Hannced se ajoelhar perante o irmão enquanto colocava as palmas das mãos em seu rosto triste, e, depois fazendo as mãos deslizarem pela testa até a nuca podendo jogar seus cabelos brancos para trás esticando-os em meio aos dedos. As pálpebras apertadas não deixando os olhos marejados a mostra. Lagrimas desciam no canto do rosto até se acumularem no queixo em gotejo. Herutam só assistia, não podia fazer nada, infelizmente... Acontecera.
- Bem, é hora de pararem, pois o sol já está saindo de nossas visões. Descansem e comam alguma coisa... E não se esqueçam... Sem barulho na noite... Os espíritos não vão gostar. – sussurrava Mensageiro das almas enquanto lembrava os magos.
- Quando vamos comer? Precisamos descansar para continuar a viajem. – disse Guimans.
- Concordo com você. Afinal, se não comemos não teremos forças para chegar a lugar algum. – fala Vesseu procurando um lugar para eles descansarem.
Herutam e Hannced já se aproximavam.
- Isso mesmo, vamos comer, para não nos prejudicarmos. – disse Ortí.
- Você não parou de comer até agora! – fala Guimans.
- Que isso meu caro amigo. Apenas estava... Beliscando. – disse Ortí.
Os magos olharam para o céu que vinha a enegrecer. Olhavam para o horizonte e via-se uma faixa rubra surgir após a decadência do sol dentre os montes.
Herutam olha para umas árvores bem fechadas:
- Eu acho que ali seria um bom lugar para um descanso. – disse ele se aproximando.
– Tudo bem. Vou pegar lenha para acendermos uma fogueira enquanto comermos. - disse Hannced meio triste e se afastando, queria ficar um pouco sozinho.
- Até mais! E que os Deuses estejam com vocês! – falava Mensageiro das almas enquanto cavalgava para o alto, e sumia ao atravessar uma árvore.
Todos os magos estavam tristes. Vesseu e Herutam foram contar para Ortí e Guimans, sobre a morte do legendário mago de Athór enquanto caminhavam para debaixo das árvores onde vão descansar.
Herutam ainda observava o irmão cabisbaixo.

domingo, 14 de março de 2010

CAPÍTULO 7 - Um convite muito bem vindo.





Dentro do Reino Sonaire havia um grande movimento na praça principal do vale Sonar. Muitos comerciantes com infinidades de coisas, e muita gente comprando e vendendo objetos e pertences.
Assim era o Reino Sonaire, uma grande praça em comércios e com alguns casarões para pessoas de uma classe um pouco mais alta do que a dos homens dos campos. Um gigantesco chafariz encontrava-se ao centro do Reino. Pessoas respeitosas e muito alegres. Depois de algum tempo, surgem alguns guardas à cavalo no centro da praça e dizem:
- Por ordem do Rei Heriano, estamos convocando pessoas para trabalharem nos aposentos do castelo e durante a festa do Rei.
Enquanto isso uma bela jovem estava comprando alguns pães, e ouviu o que os guardas diziam, não pensando duas vezes, largara os pães na barraca e convergira-se em direção aos guardas para ser uma das candidatas as vagas do castelo. A jovem fora empurrando todo mundo até chegar ao guarda que pasmado disse:
- Olá moça!... Não precisa tanta pressa.
- É que eu sempre quis conhecer o castelo, e outra oportunidade como essa é bem difícil. – disse ela arfante.
- Tudo bem, vamos com calma, diga-me o seu nome e em que parte do Reino você mora?
- Meu nome é Áthany e... Moro nos campos de Sonar.
O guarda pegara um pergaminho e enquanto escrevia, dizia a ela:
- Muito bem Áthany. Estamos dando oportunidades para muitos hoje. Amanha quando o sol estiver em cima da torre do castelo, você vai até o portão principal, vamos estar lá esperando por todos.
- Tudo bem, estarei lá. – disse ela com um largo sorriso em alegre semblante.
Áthany agradece ao guarda pela oportunidade e corre para dar à incrível noticia aos seus pais. Como Áthany é uma quase mulher com seus dezenove anos, não tinha quem não olhasse para a felicidade estampada em seu rosto onde o sol batia constantemente, pois trabalhar no reino é uma coisa que ela sempre quis. Sempre que podia, a jovem Áthany subia nas árvores próximas a sua morada e ficava apreciando o reino inteiro com o castelo ao fundo, sempre querendo saber como seria lá dentro. Mas o Maximo que conseguira, era chegar à cidade.
Quando Áthany estava chegando perto de sua casa, viu sentada numa das raízes de uma árvore, uma senhora cabisbaixa que nunca tinha visto por ali. Ela diminuiu a velocidade e aproximara-se da senhora.
- Ola; - A senhora precisa de alguma ajuda? – indagou Áthany.
A mesma de cabelos brancos levantara a cabeça e olhara para Áthany dizendo:
- Não minha querida, não preciso de ajuda não, só parei um pouco para descansar na sombra desta árvore.
- Ah ta... Pensei que a senhora estava precisando de alguma coisa.
- Muito obrigada... Mais uma coisa não deu para deixar passar sem me chamar a atenção. – disse a senhora pegando apanhando algumas amoras da árvore, após ter se levantado e depois se sentou em outra raiz.
- Mais o que seria? – disse Áthany.
- A sua felicidade. – responde à senhora. - O que a deixa tão feliz minha querida? – disse a senhora abocanhando uma das frutas.
- Ahhh... Estou vindo do Reino Sonaire, lá da cidade. Um dos guardas me escolhera para trabalhar na festa que o rei estará realizando amanhã, estou muito feliz por isso, nunca entrei no reino, estou muito curiosa.
- Que linda essa sua felicidade, me motivou a andar mais um pouco até em casa.
Áthany ajuda a senhora a se levantar.
- Muito obrigada minha filha, tome... – disse a senhora entregando um dos frutos para Áthany. -... que os Deuses olhem em você essa grande generosidade, e... Cuidado. Guarde essa sua felicidade porque podem roubá-la. – murmurara à senhora olhando para Áthany.
- Isso é impossível. A felicidade é algo que não para de crescer em minha alma. – disse Áthany virando as costas para a senhora voltando em direção a sua casa, pois estava cada vez mais empolgada. – Até mais! E muito obrigada! – disse ela começando a correr e degustando o fruto que ganhara agora pouco.
- Mais podem roubar sua alma. – continuava a velha senhora murmurando enquanto via a jovem menina se distanciando. A senhora de cabelos brancos, agora ficara com os mesmos grisalhos, pois não era tão velha assim. Aquela senhora era Aina, de Ejru. - Logo, Logo esta jovem estará presa em meu fascínio. – disse a feiticeira sorrindo.
Áthany corria dentre os belos campos de colheita. Seus cabelos castanhos voavam numa trança. Quando percebe a fumaça saindo de uma chaminé, já sabe que está chegando a sua casa. A jovem aumenta a velocidade, não parava de sorrir enquanto esticava as pernas em longos passos fazendo correr ainda mais rápido enquanto gritava:
- Mãe! Pai! Eu consegui!
O pai de Áthany coloca o rosto na janela. – Meu amor, abra a porta, pois estou vendo que sua filha vai derrubá-la de tão empolgada que está – disse ele.
A mãe de Áthany corre para abrir a porta. Sua filha passa como se fosse feita só de vento.
- Filha! Qual o motivo de tanta felicidade? – perguntara a mãe.
- Mãe... Você não vai acreditar... – disse a jovem toda eufórica parando um pouco para respirar. -... Eu vou trabalhar amanha dentro do Reino.
- Nossa filha! Que noticia agradável
O pai de Áthany entra na sala.
– Isso por quantas moedas? – perguntara ele.
- Pai... Ainda é cedo para saber isso, tenho que estar lá quando o sol estiver em cima da torre principal.
- Certo. Então... Parabéns, você é uma garota de sorte grande, eu acho que os Deuses estão olhando a seu favor. – disse o pai indo abraçar sua filha. – E onde estão os pães.
- Ah, pai... Peço desculpas, mas eu me empolguei e acabei esquecendo os pães.
- Tudo bem. – disse o pai em outro abraço.
– E eu também acho pai que os Deuses estão olhando ao meu favor, e vou agradecê-los na hora em que me deitar.
- Isso mesmo filha! – disse a mãe sorridente colocando os pratos na mesa, que mais pareciam cuias. – Mas antes disso venha comer, pois hoje fiz o que você mais gosta. Vamos aproveitar para comemorar.
- Não acredito!... Muito obrigada mãe. Vou tomar um banho e já venho pro jantar.
- Espere. Vou pegar água no poço pra você minha filha. – disse o pai.
- Muito obrigada pai. – Enquanto isso vou arrumar minhas coisas pra poder levar amanha.
Áthany saiu correndo para seu quarto subindo a escada de madeira. Estava muito feliz com o apoio dos pais, que, nunca interferiram em nenhuma decisão que a filha tomasse, pois sabiam que a mesma tinha responsabilidades. Ela tinha liberdade para fazer tudo que tivesse vontade. Os pais ficavam tranqüilos sabendo que moravam num lugar calmo. Todo mundo se conhecia e se respeitava. Uns ajudavam aos outros para nunca faltar pra ninguém.