domingo, 24 de janeiro de 2010

CAPÍTULO 1 - Uma reunião surpresa - parte 2.

.
.
.
.
Ortí é um mago muito amigável, com os seus oitenta e três anos, ele vive sorridente e se contenta com qualquer coisa. Sua aparência é de uma pessoa de vinte e cinco anos e o que Ortí mais gosta de fazer é comer, não é a toa que é tão gordo e meio desengonçado também, as crianças o adoram, principalmente seus alunos quando aprendem algumas magias que fazem aparecerem doces e outras guloseimas mais.
- Aquela deve ser a casa de Ortí. – falara Nirold olhando para uma residência de madeira com uma rede para descanso cruzando a varanda de ponta a ponta. – Vamos lá cavalinho, agora quero saber se sabe parar sozinho. – balbuciara baixinho o pequeno aprendiz com seu rosto apenso à orelha do cavalo, e também assustado sem saber o que pode acontecer se não conseguir parar com ele.

Em casa estava Ortí preparando-se para mais um desjejum. Glutão que era, sentado numa poltrona de frente para o forno, não tirava os olhos do mesmo o qual estava preparando um delicioso bolo de fubá, que claro era o seu predileto. No momento em que a lâmpada no canto superior esquerdo se acendera, instintivamente levantara-se de sua poltrona muito ansioso e com um pano foi retirar o bolo. Ao abrir o forno, se depara com uma fumarada junto a um bafo quente vindo de encontro ao seu rosto. Enquanto tossia, abanava a fumaça com o pano que estava em sua mão fazendo-a espalhar-se e afastar-se de seu rosto.
- Hóh’! Raios. Não acredito! – bradou Ortí ao ver seu bolo todo queimado. – Acho que preciso trocá-lo. – diz ele olhando para o forno. – Parece que você esta um pouco velho, meu amigo. – continuou o mago após ver um dos botões caírem no chão. Olhara para o forno, o qual estava cheio de poeira, oxidado e caindo aos pedaços. Colocara toda a culpa nele, pois sabia que era um bom cozinheiro, e, realmente era um cozinheiro de mão cheia.
- Hei! Espera ai! – disse Ortí olhando pra mesa e vendo um rato abocanhando uma deliciosa fatia de queijo parmesão.
O rato de tão assustado com a atitude do mago, pulara para a cadeira e em seguida para o chão sem deixar o pedaço de queijo cair. Corria em direção a um orifício na parede de madeira que dava passagem para o lado de fora. O mago sabia que não o alcançaria e então foi o mais rápido que pode até a mesa onde estava encostado seu cajado, e o pegara após ter deixado o bolo em cima, depois foi dar uma lição ao rato.
- Já vi que hoje não é meu dia! - exclamou Ortí. – Rutluerr! - continuara ele lançando uma magia contra o rato. O bicho começara a levitar de cabeça para baixo como se tivesse sido apanhado pelo rabo. Ortí conduzia-o para perto de si. - Achou que ia escapar hospedeiro. – diz o mago olhando fixamente para o rato que agora estava muito mais próximo e na altura de seu rosto. – Finalmente te peguei ascoso. – continuou ele enquanto retirava o pedaço de queijo da boca do rato.
Mesmo assim o rato ainda tentava recuperar a fatia de queijo que tinha furtado há pouco. Desesperadamente, esticava seus curtos braços ao Maximo, mas Ortí não vacilava, e o afastava sempre que chegava perto do pedaço de queijo. O bicho com uma de suas sobrancelhas levantada olhava bravo para Ortí, e para deixar ainda o mago mais irado, o rato mostra a língua e assopra fazendo-a tremer e soltar um pouco de saliva de sua boca debochando ainda mais.
- Mas que impertinente. – diz o mago após virar seu rosto tentando se livrar do cuspo debochado do rato. – Agora me deixe desjejuar em paz e nunca mais volte. – terminara Ortí ao expelir pela janela o bicho de sua casa que foi parar bem longe dali.

- O que é aquilo! – diz o pequeno aprendiz assustado ao ver um rato sendo lançado pela janela indo parar bem longe daquele lugar que parecia mais um rincão. O pequeno se conduzia para a morada de madeira onde a mesma estava com as luzes acesas, cuja lâmpada da varanda era rodeada de cupins.

Ortí cantava alegremente após ter expulsado o rato de sua casa que já o atormentava há muito tempo. Sua canção era mais ou menos assim:

Finalmente te peguei,
Peguei-te rato
Desta vez não deu,
Tentara ser arrojado?!
Hoje não foi o seu dia ascoso seu chato.

Se voltar será pior,
Pois desta vez, não terei dó.
Se te pego de novo,
Jogo-te pros lobos.
Jogo-te pros lobos. Hahahaha..!

O mago cantava feliz, e enquanto iniciava a canção dizendo “finalmente te peguei” ele tirava o bolo queimado de cima da mesa para jogar no lixo. Continuava cantando enquanto voltava à mesa, e enquanto dizia “tentara ser arrojado” parava diante a janela e olhava para fora erguendo suas sobrancelhas e depois continuava cantando, agora em deboche “hoje não foi o seu dia ascoso seu chato”. Não parava de cantar mesmo após ter sentado, dava altas gargalhadas enquanto vermelhas ficavam suas bochechas.
- Para! - Para! - O pequeno Nirold gritava com seus olhos esbugalhados.
- Mas... O que é isto! - Ortí parara na hora com suas gargalhadas e cantoria, e foi ver o que estava havendo.
- Uoooou! - continuava o pequeno mago gritando enquanto era arremessado pelo cavalo, passando por cima da cabeça do tordilho que parara para beber água, num dos tonéis próximo aos dois degraus da varanda de Ortí.
O mago abre a porta de sua casa deparando-se com um pequeno de cabeça branca, onde estava sentado em cima da rede que se esticara no chão após ter sido arrebentada pelo pequeno mago.
- Que maus ventos o trazem até aqui pequeno desatinado? - diz Ortí nem um pouco animado com a presença de Nirold.
- Desatinado eu?! - respondera o pequeno humildemente. – Mas...
- O que quer após ter estragado meu desjejum? – diz Ortí ao cortar as palavras do pequeno aprendiz.
- Desjejum! – espantou-se o pequeno enquanto se levantava e se limpava daquele chão arenoso. – Como pode desjejuar a esta hora. – E não sou desatinado! – exclamara ele.
O pequeno olhava para aquele céu escuro, pois não acreditava que Ortí desjejuava àquela hora da madrugada. Também ficara chateado por ter sido insultado, não agüentava mais aquela situação. Pensava consigo mesmo ao lembrar: - “se já não bastasse Herutam, agora tenho que ouvir insultos de Ortí”.
Nirold não era notório, só não sabia andar a cavalo, por isso não se considerava um desatinado simplesmente por que não conseguira parar e apear do animal.
- Ainda bem que não veio mais cedo, se não atrapalharia meu primeiro café da manha, que para mim, é o mais importante.
- Hâ! – Como alguém pode ter dois cafés da manha? – diz o pequeno, abismado.
- Na verdade como hoje é sábado e não dou aula, eu desjejuo três vezes. – Por isso começo bem cedo.
- Hâ! - Nirold se assusta novamente ao saber das três refeições da manha do mago.
– Mas e você... não quer entrar e compartilhar comigo. – falara Ortí agora mais calmo e também abrindo espaço ao fazer uma reverencia convidando o pequeno mago para entrar.
- Não. Muito obrigado, só vim lhe trazer um comunicado importante.
- Pois então me diga qual é o comunicado importante?
- Os senhores Vesseu e Herutam estão lhe esperando na pedra do lago para uma reunião.
- Mas há esta hora?! – continuara Ortí sem entender nada. – Pois bem, estarei lá. - Ortí entra para pegar seu chapéu pontudo e cajado enquanto da porta ouvia Nirold dizendo:
- Até mais meu senhor! – o pequeno ia em direção ao cavalo que estava ao lado de uma pedra.
Em segurança o mago fechava a porta de sua casa enquanto tomava um gole de café na caneca em que com o mesmo braço, segurava uma cesta com diversos mantimentos como; pães, frutas e outras guloseimas mais.
- Até mais ver meu pequeno! – E também, muito obrigado! – diz o mago de boca cheia depois de desajeitado quase ter derramado o café ao ter dado uma mordida num dos pães que pegara no cesto.
No cume de uma pedra o pequeno ouvia o mago. Cuidadosamente tentava subir no cavalo, e após algumas tentativas, totalmente sem jeito ele consegue montar.
O mago Ortí sobe na carroça onde seu cavalo estava preso, um belo tordilho de cores malhadas como marrom claro, preto e branco. O mago com a mão esquerda segurava a rédea do animal, e com a direita segurava a enorme caneca em que tomava seu café. Dirigia-se para perto de Nirold que acabara de se ajeitar no cavalo e dizia:
- Vamos lá se não vai amanhecer e ainda tem que avisar outros magos. – enquanto isso, Ortí colocara a rédea na boca quando via o pequeno fazendo impulsos para frente querendo que o cavalo começasse a galopar. Ao se aproximar de Nirold, dera uma tapa na anca do cavalo do pequeno que disparara novamente como na vez que Vesseu também dera. Nirold começara a acreditar que realmente estava desatinado por estar ali. O pequeno prosseguira fugaz novamente mato adentro enquanto Ortí ia por outro caminho a diante. O barítono mago prosseguira cantando a musica que fizera para o rato que finalmente conseguira expulsar de casa; - Jogo-te pros lobos. Hahaha! – cantava ele seguida de varias gargalhada.

7 comentários:

  1. Agradeço muito as pessoas que seguem e que comentam no blog e na comu... muito obrigado mesmo.
    Por enquanto estou apenas apresentando alguns personagens... na terceira parte apresentarei os Magos: Guimans e Hannced.
    Prometo ação para o segundo capítulo.
    Valeu gente! vocês fazem com que eu tenha mais vontade de escrever.

    Abraços... Kimura.

    ResponderExcluir
  2. vida,
    sabe que eu não sou o que podemos chamar de "leitora"né?
    Mas estou achando sua história muito legal e engraçada,apesar de já ter lido algumas vezes,mas como vc não aguenta e sempre muda algo,faço questam de acompanhar até o final.
    Tenho certeza que essa história ainda vai dar muito oque falar e acima de tudo dar muito certo!!!
    Continue com sua inspirações e suas idéias diferentes,que tudo que é difernte as pessoas gostam.

    ResponderExcluir
  3. Caramba...
    Ta instigando mesmo hen, só de semana em semana vai postar? Blz. Achei engraçada a cena do rato... bem divertida.

    Parabéns fêrnandão! Ta muito legal cara.

    ResponderExcluir
  4. rato danado esse hein,
    ta muito legal, tu sabe que além de tiete,
    sou torcedor e incentivador neh
    sucesso

    abraço

    ResponderExcluir
  5. Fêeeeeee! que 10 você ter feito um blog para postar tuas ideias.
    Vou acompanhar sim... Ta muito legal.

    Parabéns! bjinhus.

    ResponderExcluir
  6. Bernardo, And_Rodrigues e Maria Clara.
    Obrigado por estarem acompanhando.
    Essa força que estão me dando faz com que minha imaginação continue indo além.
    Obrigado mesmo...
    Abraços!

    Kimura.

    ResponderExcluir