domingo, 17 de janeiro de 2010

CAPÍTULO 1 - Uma reunião surpresa - parte 1.

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Lenólia, 15 anos após o acontecimento com Ceny.
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Ali estavam sentados Vesseu e Herutam, com suas longas roupas e capuzes cobrindo suas cabeças enquanto fumavam seus cachimbos.
Debaixo de uma árvore, olhavam para o céu estrelado e para a lua que se escondia em meio àquele imenso arvoredo próximo ao lago.
Os magos adoravam sair na noite. Gostavam muito de ver o pôr do sol, e, principalmente admirar os filhotes de dragões sobrevoando em círculos sobre o mar à noite.
Era uma madrugada fria de primavera. As folhas das árvores soltavam-se com o vento que vinha do sul, e tocavam o solo dos campos cercados por vários tipos de flores e plantas de Lenólia.
- Mas que demora! - resmungou Herutam enquanto tirava o cachimbo de sua boca e soltava à fumaça no ar, num formato de dragão.
Herutam não era dado à boa conversa. O mago de barba rala era intolerante, e com apenas um olhar botava medo em muitos de seus alunos. Era muito mais do que desagradável em diversas ocasiões, por isso todos os magos principiantes morriam de medo dele, pois se fizessem ou falassem tolices, Herutam os transformaria em algum objeto ou animal como castigo.
- Calma Herutam. Ele já vai chegar. - dizia Vesseu enquanto jogava migalhas de pão para os pássaros que se alimentavam ao seu redor e também perto de seus belos cavalos. Animais muito bem cuidados, belos tordilhos, um de pêlo todo marrom que pertencia a Vesseu, e o outro de pêlo totalmente preto que pertencia a Herutam.
Ao contrário de Herutam, Vesseu se relacionava bem com qualquer um, claro que no momento em que está ensinando magia a seus alunos, ele é de uma rigidez tremenda.
Clérc...
– Ai!
- O que foi isso? - perguntou-se a si mesmo Herutam ao ouvir o som de um graveto sendo quebrado perto de seus cavalos que se agitaram.
Vesseu dirigiu seu olhar para os cavalos em quanto calmamente soltava de sua boca um pouco de fumaça após mais uma tragada. Olhara fixamente naquela direção. Os cavalos relinchavam e empinavam-se de tão agitados que estavam com o barulho.
- Calma meus amigos! – Sou eu, Nirold. - diz o rapazinho que sai em meio aquele turvo atrás dos cavalos.
Nirold era apenas um menino de nove anos de idade, meio desajeitado.
- Tinha que ser esse tolo, além de se atrasar tem que assustar o meu cavalo. - resmungou baixinho Herutam.
Nirold, amedrontado, tentava aquietar os animais erguendo suas mãos e pedindo calma a eles.
Vesseu se levantara e foi em direção aos cavalos para acalmá-los. Segurando-os pelas rédeas, o mago, carinhosamente passara as mãos na crina de cada qual, fazendo-os ficarem mais relaxados com sua presença.
- Está atrasado meu aprendiz. – Escolhi você porque é meu melhor aluno. - disse Vesseu dando as costas para o pequeno mago principiante e voltando para onde estava sentado, numa grande raiz que ele fizera de banco. Não estava muito contente com o atraso de seu aprendiz.
Nirold foi atrás. Ainda um pouco assustado com a situação anterior, e por seu mestre não ter gostado nem um pouco de seu atraso e ter chamado sua atenção. Nirold estava curiosíssimo pensando em que tarefa tão importante seu mestre teria para ele.
- Preciso de um favor seu, meu pequeno. – Vesseu colocara o capuz para trás das costas, expondo os cabelos compridos.
Nirold olhara pra cima, cujo céu sem mais o brilho das estrelas e do luar deixaram de existir ao vir da garoa. E o vento ficava cada vez mais tenso.
- Mas mestre, olha para esse tempo! – bradara Nirold.
Mofino que estava o pequeno aprendiz com suas mãos frias esfregando-as uma nas outras tentando se aquecer.
Já não dava mais para ver a lua, as arvores se entortavam com a força do vento, e as mais novas e menores iam com suas copas quase que de encontro ao chão.
Ao ver esta situação em que o futuro mago passava, Vesseu resolvera tomar providencias com uma de suas magias: – Asnerio Raluu! - Lançara com força à base de seu cajado de encontro ao chão. Desde então se fez de um clarão iluminando o cajado por inteiro. Aquele clarão dirigiu-se até o céu onde se formara um raio muito que do barulhento. Herutam e o pequeno Nirold se agacharam após ouvirem o estrondo, que deste, fez-se com que à garoa passasse e o intenso vento veio a se transformar apenas numa viração.
O pequeno Nirold ficara muito surpreso e soltara um curto sorriso de feliz que estava ao ver tamanho dom exercido por seu mestre, pois raramente os magos usavam seus poderes sem ser numa ocasião importante. No mesmo instante fez-se até que à geleira nas mãos de Nirold parasse, pois também nunca chegara a ver uma primavera daquelas.
- Então seu insolente! – Melhor assim pra você? – disse Herutam com sua voz estridente.
- Agora deixe de ser impertinente e ouça-me. – Completou Vesseu.
Vesseu assoviara para seu cavalo que se alimentava no gramado. O belo tordilho obedece ao chamado de seu mestre e se aproxima, parando ao lado de Nirold.
- Meu aprendiz; Apresento-lhe, relâmpago das montanhas. – Relâmpago... este é o pequeno, Nirold, cumprimente-o. - falava Vesseu erguendo suas longas e espessas sobrancelhas brancas. E educadamente o cavalo faz uma reverencia.
O aprendiz dera um passo para traz. Com olhos arregalados o pequeno Nirold fica admirado com a inteligência do animal. Abre um sorriso espontâneo e vai para perto do cavalo para carinhosamente passar a mão em sua cerda.
- Hei!
Içado pelas axilas, Nirold ficara sem entender nada.
- Ira cavalgar até a morada dos magos, Ortí, Guimans e Hannced. Diga-os que Herutam e eu estamos os esperando para uma reunião de estrema urgência. – Terá de ser rápido, pois chegara atrasado e já vai amanhecer. - explicava, Vesseu enquanto montava o pequeno no cavalo e arrumava a cela.
- Mas meu senhor, nunca andei a cavalo! - Não sei nem como faço para conduzi-lo até a nobre casa de cada um dos magos.
- Hehe! – È muito simples meu parvo. – dizia o mago de cabelos curtos, se intrometendo na conversa e zombando do pequeno aprendiz. – É só direcionar a rédea para esquerda que o cavalo vai para esquerda, ou direcionar para direita que o cavalo vai para direita. – Há... E se bater com os calcanhares na barriga dele, sua velocidade aumenta. – Terminou Herutam quase que se esquecendo.
Nirold pensava com sigo mesmo:
“Para que vou ser veloz com algo que nem sei manusear.” - Mas eu nem sei onde moram esses magos! - exclamou ele após o pensamento.
Tão leigo que era o pequeno que realmente não sabia onde moravam os outros magos, conhecia apenas a casa de Vessu, porque é seu mestre, e as aulas são na casa do próprio. Por mais afetivi que fosse o pequeno, não conseguira convencer seu mestre.
- Pois lhe digo para não se preocupar. – Relâmpago das montanhas sabe, ele só não sabe falar, por isso preciso de você, se não, nunca o chamaria! – Também não mandei por escrito porque fiquei com medo que o cavalo perdesse os pergaminhos de cada um dos magos. – enfatizava ele enquanto novamente passava a mão na crina de seu cavalo. – Agora vá! E não demore! – terminara o mago sem mais paciência.
Vesseu com um pouco de força, dera um tapa na anca de seu cavalo fazendo-o com que disparasse mato adentro pela trilha. O pequeno se assustou com o impulso do animal e teve sua cabeça e tronco jogados pra traz. Segurava-se firmemente nas rédeas, pois seu corpo era jogado de um lado para o outro como se fosse um João bobo. Teria de ser cauteloso ao estremo para não se machucar.
Fora em direção à primeira casa, à casa de Ortí.

9 comentários:

  1. Todos que acompanham, muito obrigado.
    Continuarei postando toda semana.

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  2. to vendo que esse mulekinho ainda vai se dar mal, rsrsrsr...não sabe nem montar o pobrezinho, rsrsr

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  3. É que você ainda não viu nada, prometo muita diversão além das emoções e a aventura.
    obrigado por acompanhar cara. E seu blog alem do que palavras também é muito interessante.
    vou deixar aqui para que todos possam ver.

    http://alemdoquepalavras.blogspot.com/

    abraços e boa sorte.

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  4. Faaaaaaaaaaala! meu brother.
    Finalmente tirou as histórias do armário hen...
    Cara, se você não acha que é escritor, deve ser por que tu não ta lendo a tua história... pois você ta no caminho certo.
    Continue assim por que tu vai lonnnnge, pode estar certo disso.

    Se cuida Nando.

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  5. Valeu meu camarada... agora vê se você desenvolve alguma coisa para aquele blog, já que criou um agora.
    Sei que você também tem boas ideias...

    Abraços
    Kimura

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  6. VIDA,

    ACHO MUITO INTERESSANTE A FORMA COM QUE VC ESCREVE É FORMAL E AO MESMO TEMPO DIVERTIDO,TENHO CERTEZA QUE ESSA CABECINHA ESTÁ TRABALHANDO A MIL POR HORA PARA QUE A CADA DIA TENHAMOS COISAS MAIS INTERESSANTES PARA LER.
    BJS BOA SORTE!!!

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  7. hasuuhas. Estou gostando da história. interessaaante, parabéns. vou continuar lendo.

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  8. Adorei este primeiro capítulo. Além de escrever com tanto capricho e esmero, também sabe dá um toque cômico para a história. Lerei os próximos capítulos, além de segui-lo. Obrigada pelo seu comentário no Blog Poemas do Vale das Sombras e venho dizer que estou passando todo o conteúdo e comentários de lá para meu Blog Prancheta Virtual, pois vou fechá-lo. O endereço agora é: http://virtualprancheta.blogspot.com/

    Abraços e parabéns!

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  9. Ola quero agradecer por ler e comentar o prefaci do meu livro ORIGENS....
    E quero dizer que esta de parabens...Esta muitooo boa a historia... e vc sabe como envolver o leitor... e isso é fundamental...Parabens... e clar que vou continuar acompanhando....

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